Agentes de Onipotência 

Escrito por: Reinhard Bonnke 
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2001 

Agentes de Onipotência I

Milhares se alimentaram do lanche de um mocinho! O maior milagre de Cristo sobre a natureza. Um espetáculo divino com uma dinâmica mensagem de esperança para nós. 
Cristo pegou dois pescados e cinco pães e satisfez a fome de mais de cinco mil homens e um desconhecido número de mulheres e crianças. Deixando de lado o ministério de cura de Jesus, este foi indubitavelmente seu maior e mais tremendo milagre e também tão importante que foi descrito em todos os quatro Evangelhos. Precisamos entender porque Jesus fez uma maravilha tão estonteante. Esta suprema exposição de onipotência divina tem muitas facetas deslumbrantes, algumas das quais estão sendo examinadas aqui. 
Quando Jesus viu as multidões se juntando, Ele perguntou a Felipe: "Onde vamos comprar pão para este povo comer?" (João 6:5). Felipe era somente um homem comum, um seguidor de Jesus. Ser questionado sobre isto pelo próprio Mestre colocou o homem em uma difícil posição. Como Felipe era daquela região, ele provavelmente sabia o caminho para um número de padarias. O que o perturbou não foi onde ele poderia comprar o pão, mas com o que eles iriam comprar o pão. Sua resposta foi sobre dinheiro. O salário de oito meses não seria suficiente para comprar comida para tamanha multidão, disse ele. Nem mesmo dez vezes mais daquela quantia bastaria. Talvez o equivalente ao salário de oito meses era tudo que Jesus e seus discípulos tinham no cofrinho. 
Na verdade, Jesus estava testando Felipe pois Ele "já tinha em mente o que iria fazer"(João.6:6). Será que Felipe não percebeu aquela pequena palavra "nós"? A pergunta de Jesus era "Onde NÓS vamos comprar pão...? – e não "Onde VOCÊ vai comprar pão?" Ele não esperava que Felipe fizesse tudo sozinho; ele compartilhou o problema e as responsabilidades que o acompanhavam. Para todos nós que servimos ao Senhor, aquela palavra "nós" deveria ser escrita em letras grandes em nosso quadro de avisos mental como base para tudo que empreendermos. 
Jesus disse, "Sem Mim nada podeis fazer" (João. 15:5). Isto é um aviso? A intenção foi de deixar-nos ansiosos? Devemos lutar em oração por horas a fio para estarmos seguros de que Ele está conosco? Certamente se não podemos fazer nada sem ele, ele se certificará de que não tenhamos que agüentar por conta própria. Seu trabalho e Sua glória são importantes demais para depender se sentimos ou não a Sua presença. Ele nunca se afastaria e cruzaria os braços enquanto lutamos com uma tarefa além das nossas habilidades, ou imploramos e pleiteamos por Sua ajuda, sempre esperançosos mas nunca seguros. Sua promessa é "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mateus 28:20) Qualquer que seja a carga que tenhamos que carregar, Ele dividirá a carga com a gente. Ele é um companheiro de trabalho leal – um diretor geral que não se exclui quando é necessário colocar a mão na massa. Isto ficou poderosamente evidente na história da multiplicação dos pães, como veremos a seguir. 

Onipotência necessita de mão de obra
Jesus não produziu pão do nada. Ele começou com uma pequena quantidade, provida por um menino. Assim fica um conto com uns cem significados. Pare para pensar um pouco – cinco mil homens, mais mulheres e crianças tinham seguido a Jesus. Ninguém além daquele pequeno rapaz trouxe algo para comer? Seguramente alguns outros eram do tipo que prestam atenção a estas questões práticas. No entanto, os discípulos somente encontraram um menino que lhes desse algo. Aquele menino tornou possível o maior milagre sobre a natureza desde a criação, gozando de um privilégio exclusivo e que não se repetiria. Que história e tanto ele teria para contar pelo resto de sua vida! 
Se outras pessoas haviam trazido alguma coisa para comer, eles ficaram calados a respeito. Imagine então como eles se sentiram, quando os discípulos lhes deram pão e peixe da merenda do garoto. Jesus poderia ter usado seus sanduíches, mas eles deixaram a oportunidade passar – não somente a oportunidade de suas vidas, mas de todos os tempos. 
Pessoas generosas nunca passam necessidade. Deus não escreve cheques ou joga dinheiro pelas janelas do céu. Ele já colocou tudo que nós precisamos aqui nesta terra e nos deu a habilidade de adquirir riqueza. Deus depende de nós para Seu plano e propósito. Ele dá a fim de que possamos dar, demonstrando a nossa credibilidade para realizar Sua vontade e propósito. Devemos ser agentes provedores. Necessidades físicas ou materiais somente podem ser supridas através de nós. Em outras palavras, o Seu plano é para que cooperemos com Ele, com Seu cuidado provedor. Se nós, assim como o garoto da Galiléia, somente temos pouco para dar, não precisamos nos preocupar: o Senhor pode fazer muito com o pouco. O Senhor pode fazer o que nunca poderíamos com o que nós damos. 

Onipotência demanda ação humana
Jesus podia multiplicar pães e peixes, mas somente nas mãos dos Seus discípulos. Podemos imaginar esta cena? Jesus tomou os cinco pães de cevada e deu graças. Não havia absolutamente nada de extraordinário nisto; Jesus usou a fórmula Judaica normal. Ao invés de pronunciar algum tipo de bênção sobre os pães de cevada, Jesus agradeceu a Deus pelo que sabia ser a provisão para uma multidão. 
Enquanto isso Jesus tinha tudo organizado. Primeiro todo mundo deveria se sentar em grupos de mais ou menos cinqüenta pessoas. Isto significava que quando a comida fosse servida, não haveria fila, aglomeração ou pessoas empurrando, com mulheres e crianças sendo acotoveladas para fora do caminho. Jesus faz milagres, mas há calma e raciocínio sem pressa por trás de tudo. Não há necessidade de nenhum projeto de fé demonstrar confusão. 
Agora, simplesmente olhe o que aconteceu a seguir! Jesus não fez uma enorme pilha de pão e peixe para que as pessoas pudessem se servir. Ele tinha somente cinco pães e dois peixes pequenos em suas mãos. Ele partiu os pães, deu um pedaço ou dois para cada um dos doze discípulos, e falou para que fossem até os grupos de pessoas sentadas na grama. Perceba que Jesus não multiplicou a comida e então deu a cada um dos discípulos o suficiente para cinqüenta pessoas comerem. Ele deu aos discípulos um ou dois pedaços e não cestos cheios. 
Assim como os outros, Pedro recebeu um bocado de alimento. Ele olhou para a comida e para as cinqüenta pessoas a dez passos de distância. Ele balançou a sua cabeça confuso e desanimado. Será que Jesus queria mesmo que ele compartilhasse um bocado de pão com cinqüenta pessoas? Ele deu um passo e parou, pensando que aquilo era ridículo demais até mesmo para começar. Ele olhou para trás e viu que Jesus estava sorrindo, confiante e cheio de certeza. Pedro olhou de relance para os pedaços de comida em suas mãos e depois para Jesus, fazendo isso várias vezes. Então repentinamente ele captou a intenção de Jesus; era como se o Mestre estivesse dizendo: "Vá! Vá! Vá!" O primeiro grupo estava somente a dez passos de distância, mas aqueles passos precisavam de fé. À medida que Pedro olhou para Jesus a fé o inundou. Este é o segredo para fazer o impossível: "Olhando para Jesus, o autor e consumador da fé" (Hebreus 12:2) 
Muitos têm sido chamados e enviados, mas eles olham para seus meros recursos e limitadas habilidades e nunca dão os dez passos da fé. Com o pouco que eles têm como isto poderia ser alguma coisa além de uma luta perdida? Então eles optam por uma vida rotineira e se esquecem de olhar para Jesus. À medida que cada discípulo no Mar da Galiléia olhou para seu Mestre e deram passos para fazer o que parecia ser tolo e impossível, o milagre começou a surgir. Esse é o propósito do Cristianismo - manter os seus olhos em Jesus.