Onde buscar direção?

Muitos de nós discutimos as Escrituras com pessoas, freqüentemente sem ter nenhuma idéia exata de qual seja o nosso objetivo. Ainda que o último alvo seja a conversão delas, é possível que sejamos vagos ou mesmo mal-orientados em como conseguir isso. O que é que queremos fazer com essas pessoas? Queremos que elas se tornem o quê? E como começamos para chegar nesse alvo? Com certeza não sou nenhum perito no assunto. Homens, e mulheres também, que têm convertido mais pessoas do que eu, com certeza poderiam dizer-lhe coisas de que eu não seria capaz, e com o peso da experiência deles. Eu, contudo, passei muito tempo da minha vida convivendo com as Escrituras, tentando aprender como compreender e ensinar a Bíblia. E, com o passar dos anos, desenvolvi uma filosofia própria a respeito da leitura e do ensino da Palavra. Eu diria que o princípio mais elementar que sustenta todas as minhas tentativas acha-se em 2 Timóteo 3:16-17. Esses versículos apresentam dois pontos principais. Um é a importância de todas as Escrituras. O outro é a suficiência das Escrituras. Creio que alguém que tenha me ouvido ou lido depois de um tempo poderia deduzir serem esses os meus princípios, mesmo sem que eu mencionasse este texto. Se as Escrituras, de fato, contêm todo o necessário para tornar completos os porta-vozes de Deus, para preparar o homem de Deus para toda boa obra, em que lugar da Bíblia poderíamos encontrar conselho e orientação que nos possibilitem executar a tarefa de evangelização com sabedoria e entendimento? Os textos em que Jesus afirma: "Portanto, vós orareis assim", nos parecem um início lógico para aprendermos a orar. A longa exortação de Paulo aos coríntios acerca da coleta (2 Coríntios 8-9) nos parece a fonte básica para aprendermos a dar. Onde, porém, encontraremos orientação sobre os objetivos da evangelização? Reflita por alguns minutos, e perceberá que há dois lugares nas Escrituras onde é mais provável encontrar este conselho. Um deles é a comissão apostólica, na qual Jesus dá ordens a seus apóstolos escolhidos ao enviar-lhes ao mundo. Se cuidadosamente lermos os vários relatos dessas ordens, conhecemos todos os fundamentos a respeito do que o Senhor de todo o universo quer que seja realizado no mundo. O outro é o relato da execução dessa comissão por parte dos apóstolos. O registro em Atos nos ensinará muito se, ao lermos, realmente estivermos querendo achar as orientações. Sei que a comissão, no fim dos evangelhos, pertence sobretudo aos apóstolos e não se dirigia diretamente à igreja; e, por conseguinte, sei que alguns dos pormenores serão mal-interpretados se não levar em conta esse aspecto. (Aliás, não conheço ninguém que de fato pense que todo cristão deva ir "por todo o mundo", e assim a comissão tem sido em grande parte modernizada para uma ordem de enviar dinheiro.) Por outro lado, será que Jesus ainda quer que todo o mundo seja evangelizado, mesmo após a era apostólica? Em caso afirmativo, então, como pressuponho que os alunos do Novo Testamento admitirão, todos nós, discípulos comuns, que temos alguma coisa que podemos fazer quanto a essa tremenda tarefa, devemos ser capazes de nos voltar para as ordens que Jesus deu aos apóstolos a fim de obter alguma orientação acerca do que Jesus quer exatamente que seja concretizado no mundo. Já não tenho muito espaço neste artigo. O que farei a seguir é apresentar um resumo dos objetivos que Jesus estabeleceu na comissão apostólica. Enquanto isso, por que não ler e meditar em Mateus 28:16-20; Marcos 16:15-16; Lucas 24:44-49; João 20:21-23 e Atos 1:1-8, a fim de ver se você consegue analisar essas ordens apostólicas em algumas categorias básicas? Lembre-se: você está procurando o que Jesus queria ver realizado no mundo. Os resultados da minha análise conduzem a três objetivos principais. Veja se o seu resultado confere com o meu. Nos anos recentes, contudo, além de usar essa comissão como parte de um manual de treinamento para obreiros (É só uma idéia! Não escreva pedindo!), também recorri esse material como ponto de partida para as minhas explicações do cristianismo aos de fora. Não é lógico? Se Jesus está aqui dando orientações sobre o que deseja ver realizado no mundo, isso não nos fala do que seja de fato o verdadeiro cristianismo?

L. A. Mott, Jr.