Tão Arrojado como um Leão

Escrito por: Reinhard Bonnke 
segunda-feira, 1 de setembro de 2003 

Tão Arrojado como um Leão

Existe mais drama e arrojo em um capitulo da historia da igreja do que em todas as produções de Hollywood. Isto começa com as heróicas travessuras na Bíblia. Os personagens principais daquelas histórias não conseguiram seus lugares naquele livro por causa da sua calma religiosidade. Deus os colocou em evidencia por causa da ativa ousadia de sua fé. Realmente, eles foram honrados por sua fé (veja em Hebreus 11:1). Isto formou suas personalidades fazendo-os pessoas positivas, e não homens de elástico que se curvam à vontade de todos. Eles de maneira alguma eram perfeitos, mas também não escreveram seus nomes nas paredes da história com uma mão trêmula. 
Para Deus, “grandes” pessoas não são maiores do que gafanhotos, especialmente quando sua estatura é construída por mera fama, dinheiro ou poder, resultados de estratégia de exaltação própria. Deus reconhece aqueles que são feitos de coisa melhor -fé! A fé é que dá dimensão às pessoas; do ponto de vista de Deus, as pessoas cheias de fé são gigantes, porém gigantes gentis, generosos e com um coração grande. Falta de fé nunca conferiu estatura a ninguém, fazendo-os apenas “Homens de pequena fé”, usando o nome de Jesus em vão (veja Mateus 6:30). 
Uma “grande mulher” é mencionada em II Reis 4:8. Ela é a única mulher, na Bíblia, a quem este adjetivo foi usado. Um das traduções da Bíblia em Francês se refere a ela como uma “mulher de distinção”, ainda que não tenha nome. Ela não era imponente ou distinta por sua riqueza (apesar do que a Bíblia NVI e “Good News” diz!), por sua influência social ou intelecto. Sua grandeza era a fé. Sua história era dramática e sem precedentes, mas era o resultado da sua dramática e sem precedente ousadia e fé – você não pode separá-los. 
A fé gera ousadia. Como sabemos, os principais homens de Jerusalém, “viram a coragem de Pedro e João” (Atos 4:13). A ausência de medo deles era visível para todo mundo ver. Os melhores juízes de Israel com suas retrógradas tradições ficaram chocados, com uma incredulidade de arregalar os olhos, à vista de meros pescadores Galileus se dirigindo à corte com a confiança de reis emitindo decretos. A Bíblia é o livro dos ousados e não dos tímidos. Na realidade, seu é um aviso final é para os “covardes e incrédulos” (Apocalipse 21:8). A Escritura nos apresenta os intrépidos, que ousaram ir aonde ninguém mais iria e ousaram fazer o que mais ninguém sonhou ser possível. Extremistas? Claro que eram! São necessários extremistas para mudar o mundo. 

Abraão, Moisés e Davi
O primeiro homem intrépido naquele livro de pessoas ousadas foi Noé. Mas vamos deixá-lo de lado e vamos olhar a vida de Abraão. Deus colocou uma idéia mirabolante no coração de Abraão – ele deveria abandonar sua velha vida, fechar a sua casa, deixar a sua família e deuses familiares e deixar que Deus o guiasse de um lugar para o próximo sem saber aonde ele terminaria. Seu destino era ser pioneiro de uma nova ordem mundial. Naquela perigosa época, quando o mundo era como uma selva de animais selvagens, seus nervos tinham que ser melhores do que o de Colombo navegando para o oeste no Santa Maria. Verdade, o patriarca, a princípio, se aventurou somente até a metade do caminho, levando a sua família e mudando para Harã. Eles se estabeleceram lá por um tempo, mas este não era seu destino final. Impelido por Deus, Abraão abandonou a dúvida, estabeleceu o padrão que deveríamos seguir e se tornou “o pai de todos os que crêem” (Romanos 4:11). 


Meu próximo herói Bíblico é Moisés. Quando parei para pensar no que ele fez, eu quase suei frio. Sua ousadia era além de toda a razão, liderando milhares de famílias em uma “missão impossível”, desde os luxuriantes campos Egípcios até uma estéril terra de caatinga. Com surpreendente intrepidez, Moisés bateu em retirada com toda a força escrava do país! O Egito não podia acreditar! Isto era além de qualquer coisa considerada até então possível, era coisa de louco e claramente suicida. Os estrategistas do poderoso Egito nunca fizeram nada que se comparasse a isto. Moisés não deixou para si mesmo uma “saída de emergência”, mas se comprometeu, ele e seu povo, cem por cento. Eles deveriam deixar o Egito com armas e bagagens: “Nenhuma unha ficará,” disse ele (Êxodo 10:26). Mas então, quando Deus dirige um homem, ele pode ser assim mesmo. 
A palavra “ousadia” instantaneamente sugere Davi. O espetacular e inesquecível combate de Davi com Golias é quase como o enredo de um filme de Charles Chaplin. Isto era aparentemente um garoto contra um gigante, mas Golias deve ter também tentado lutar contra uma manada de elefantes quando esse adolescente começou. Na realidade, outra dimensão estava envolvida: O gigante havia provocado os poderes de todo o céu, e eles rugiram céu abaixo para dar à pedra de Davi a rapidez e a força das munições dos dias modernos. A fé libera forças assombrosas. 
Eu escrevi em algum outro lugar sobre Davi, sempre seis passos adiante, impulsivo, impetuoso, comandando, tomando Israel em suas mãos e reformando a nação. Sua memória é tristemente manchada pelo pecado; no entanto, ele usou sua queda para alcançar um novo entendimento de Deus, como a profunda contrição, mas ainda com um discernimento cheio de fé, do seu maravilhoso Salmo 51 amplamente testifica. Ele entendeu Deus como mais ninguém naquele tempo, não como a intocável majestade das chamas do Sinai, mas fluindo com fontes de amor e misericórdia. 
Davi não era um homem de fazer as coisas pela metade. Ele aumentou o nível espiritual de Israel com inovações na adoração de sucesso fundamental. Ele confiou em Deus e O amou além de qualquer outra coisa. Sua maior ambição era construir um templo para honrar o Seu Senhor. Riquezas fluíram para os seus tesouros, mas ele as gastava em preparação para o mais esplêndido santuário jamais visto. Para Davi, um rei deveria dar magnificamente, não contando os dízimos nas pontas dos dedos. Deus tinha que ter cem por cento – o melhor, o melhor templo, a melhor música, a melhor adoração e os melhores presentes. Davi era ousado na guerra, ousado no ofertar, extravagante e liberal. Ele também adorou de uma forma ousada, chocando a sua esposa com sua pública demonstração de excessiva exuberância. 
Estes três exemplos Bíblicos de ousadia ilustram como a fé faz com que as pessoas sejam ousadas. Eles surpreenderam o mundo fazendo o extraordinário. No entanto, a ousadia deles é típica e tem sido repetida século após século por incontáveis milhões de pessoas. O evangelho tem inspirado feitos audaciosos, sacrifício e liberalidade que não se pode comparar com mais nada. Guerras reais, causas nobres, projetos comerciais não tem originalidade diante da magnitude e coragem do exército de cristãos de Jesus Cristo. A igreja sempre tem pensado à frente, vivido à frente e morrido à frente do mundo. O próprio Deus está orgulhoso, com certeza, de tal relato.